Sabemos que empreender no Brasil não é tarefa fácil, mas quando estamos falando de formalizar o próprio negócio alguns pontos devem ter a sua atenção redobrada. Dentre eles podemos citar a escolha do modelo do negócio: empresa tradicional ou uma startup, qual é a melhor opção?
Para que você não crie falsas expectativas já adiantamos: não existe fórmula mágica ou uma receita exclusiva quando o assunto é empreender. Estamos num cenário variável e instável, tudo vai depender do seu grande objetivo e, claro, da sua situação financeira para investir na empresa.
Quando estamos falando de empresa tradicional isso representa um modelo de negócios em que o faturamento segue proporcional aos gastos. Quanto mais você fatura, mais chances você têm de aumentar os seus gastos. Pode ser uma empresa que tenha produtos físicos ou não, que utilize o digital a seu favor (mas não como grande aliado). Nem sempre o grande objetivo é solucionar alguma dor do mercado, às vezes é apenas intenção de revender algo que já existe ou explorar um mercado que está em ascensão. Geralmente aqui falamos em um investimento do próprio empreendedor para alavancar o negócio.
Já quando o assunto é Startups o cenário já muda consideravelmente. As Startups representam um modelo de negócios da chamada Nova Economia. Estamos diante de um empreendimento que busca inovar a cada momento e sempre com o objetivo principal de solucionar alguma dor específica da sociedade.
É uma empresa totalmente inovadora, então a tecnologia é sua grande aliada. Seu crescimento é mais rápido do que uma empresa tradicional porque as suas vendas ou serviços são escaláveis (é possível atender um grande número de pessoas, mantendo a mesma base de gastos). Aqui nem sempre o empreendedor é quem investe no negócio, é muito comum que a empresa receba investimentos de terceiros – podemos citar o investimento anjo, o estágio de seed capital, e inclusive o grande investimento de risco denominado de venture capital.
Hoje é nítido vermos o quanto as Startups estão dominando os maiores mercados, principalmente com a ascensão do marketing digital e o marketing de conteúdo. Grandes empresas que utilizamos hoje como streaming de séries ou filmes, locação de veículos por aplicativos ou mecanismos de buscas pela internet, nasceram desse modelo de negócios.
Além disso, as Startups possuem denominações próprias para as suas áreas de atuações. No cenário jurídico, a título de exemplo, as startups são conhecidas como lawtechs ou legaltechs, a conceituação varia de acordo com o serviço que ela oferece para o setor.
Os caminhos do empreendedorismo são totalmente diversos a depender do modelo de negócio. Em uma empresa tradicional temos a formalização da empresa, o início das atividades, o crescimento (incluindo lucros, despesas, contratação de pessoal, aumento de estoque, logística etc), até que a empresa seja vendida, passada para um familiar ou chegue a um momento de crise e declare sua falência.
Por outro lado, as Startups possuem um percurso diferente e não linear. A Startup começa a se formalizar desde a concepção da ideia do empreendedor com o famoso “Family, friends and fools” quando se abre a possibilidade de alguém investir e apostar nessa ideia como algo que dará certo, mesmo que seja apenas uma concepção.
Geralmente os estágios de uma startup acompanham a sua evolução de acordo com os investimentos que são recebidos, juntamente com o seu amadurecimento de mercado.
Como são negócios completamente diferentes, é importante que você analise alguns aspectos sobre o seu empreendimento para que a melhor decisão seja tomada:
O seu empreendimento busca solucionar uma dor no mercado de forma inovadora, ou apenas deseja explorar um mercado que já existe?
Você deseja trabalhar com produtos físicos ou infoprodutos?
É possível que esse negócio seja repetível e escalável?
A tecnologia faz parte do seu empreendimento como uma aliada ou apenas como um suporte?
Você possui uma situação financeira estável para investir no empreendimento ou depende de investimentos de terceiros?
O seu empreendimento precisa de um espaço físico para existir?
Ainda assim, não são apenas as respostas dessas perguntas que devem ser feitas para decidir sobre empreender ou não, e se sim, em qual modelo de negócios.
A análise deve ser realizada com calma e de preferência com um advogado e um contador, pois não basta ter uma ideia incrível, ela deve ser juridicamente possível e financeiramente viável.
O planejamento empresarial é sempre a melhor decisão neste momento de dúvidas e incertezas, tanto para que nenhuma decisão relevante seja tomada às pressas, quanto para que o negócio surja realmente de uma necessidade e possa servir como agregador na vida das pessoas, principalmente dos consumidores e clientes.
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Taís Castro - Advogada e Consultora em Proteção de Dados.
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